8.19.2013

O Figueirense na UTI


Há mais de um ano que moro em Abdon Batista, SC, e tenho acompanhado a situação do Figueirense de longe. Tão de longe que muitas vezes o alvinegro entrou em campo e eu nem fiquei sabendo.

É uma vergonha pra qualquer torcedor admitir uma coisa dessas. Foi difícil admitir para mim mesmo, quanto mais publicamente. Mas a doença mais perigosa é aquela sobre a qual ninguém fala.

Tenho percebido há tempos este mesmo sintoma em muitos alvinegros. O desinteresse geral que esvazia o Scarpelli e faz o assunto “futebol” perder importância, é um dos sintomas da doença que nosso clube enfrenta. Essa doença tem sido acobertada por uns, relevada por outros, e levada a sério por poucos.

Mas os últimos resultados em campo parecem ter acordado a galera. O pessoal percebeu de vez que não é sobre técnico e jogadores que temos que falar. Esse é o menor dos problemas no momento. O câncer do Figueirense é a diretoria. É essa doença maligna que vem nos maltratando desde 2011/12. É por isso que temos uma média de público ridícula, não por causa dos resultados em campo. Se fosse assim, como explicar os pequenos públicos quando estávamos lá no G4?

PPP e cia fizeram muito bem o seu trabalho até 2008/09, quando fizeram aquele ultimato absurdo e deram um golpe pra fugir do Figueirense com o máximo que podiam carregar. Daí assumiu a nova diretoria, com o Sr.Lodetti na presidência, dizendo que a torcida estava no comando e que o Figueirense voltava a ser do povo. A torcida mais fiel do nosso estado fez bonito nos dois anos em que estivemos na Série B. Foi nessa época que mais houve mobilizações. Torcedores fundaram a COFES, organizaram carreatas, reuniões, compramos o maior bandeirão do estado na base da rifa, fizemos verdadeiros espetáculos no nosso caldeirão, tivemos média de público em 2009 de 6.813 torcedores, e em 2010 de 8.753, batendo o recorde de um clube catarinense na série B em todos os tempos, ultrapassando o próprio Figueirense do acesso em 2001 (fonte MeuFigueira). Só que o sonho virou pesadelo.

Quando conseguimos o acesso, os nossos dirigentes começaram a mostrar as suas garras. A ganancia cresceu exponencialmente, assim como as receitas e, incrivelmente, as dívidas do clube. Toda a sacanagem que havia por trás dos panos veio à tona com o golpe do Sr.Wilfredo.

Simplesmente não dá a mínima vontade de torcer por essa gente. Já li por ai e sinceramente penso assim também: hoje é melhor pro Figueira cair pra Série C do que ir pra A. Com a perda de receita na Série C, existe a esperança de que a turminha do mal suma do Estreito. Mesmo lá pode ser difícil deles largarem o osso, mas o apetite deve ser menos voraz. O coração sempre torce pela vitória, mas a razão diz que quanto pior melhor. Se na série A do ano passado, o Figueirense teve a maior receita da sua história (41 milhões), e acumulou a maior dívida da sua história (46 milhões) (fonte), imagina se formos pra série A em 2014? Com o "planejamento financeiro" que essa diretoria faz, iríamos pra UTI de vez, e todos os milhões que receberíamos entrariam pelo mesmo ralo obscuro que entraram em 2012, 

Todos os blogs e sites feitos por torcedores estão falando sobre a diretoria. Por toda “blogosfera” saem posts que logo se enchem de comentários apaixonados. Será que aquela cambada que se instalou no Scarpelli tem alguma noção do sentimento da torcida? Seguem alguns exemplos dessa semana:


Infelizmente a nossa mídia não reverbera este sentimento para fora da internet, por isso espero e torço muito para que os próprios torcedores façam isso. Tomara que a exemplo do que aconteceu no Brasil, os alvinegros “tomem as ruas” e corram com aquela gente que se apossou do nosso patrimônio. Precisamos nos fazer ouvir, porque só ficar escrevendo na internet já provou não adiantar nada.


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